Blog Sem Fins Lucrativos, somente com o intuito de divulgar a carreira do piloto Bruno Senna e o IAS. Carol Lo Re

segunda-feira, 22 de março de 2010

"Meu tio acreditava no meu talento", diz Bruno Senna

Sobrinho de uma das maiores lendas da Fórmula 1, Bruno Senna estreou na categoria no último dia 14 de março. Apesar da semelhança com o tio, Bruno, que não gosta de ser comparado com um dos maiores pilotos de todos os tempos, destaca o apoio que sempre recebeu de Senna.

Em diversas ocasiões, Bruno disse que Senna não é ídolo, e sim, uma referência, como em uma entrevista para a revista Veja. Na opinião do piloto, idealizar alguém é uma péssima forma de iniciar uma carreira, pois ao idealizar, você quer ser igual a essa outra pessoa. Bruno fez questão de destacar que seu objetivo não é esse.

No próximo dia 21 de março, Ayrton Senna faria 50 anos. Ele morreu depois de sofrer um acidente no circuito de San Marino, em Ímola, na Itália, aos 34 anos. Bruno lembra bem do acidente fatal. "Eu estava vendo a corrida em casa. Tinha só 10 anos e na minha cabeça ele iria levantar, sair do carro e dar de ombros. As coisas obviamente não ocorreram assim. O telefone começou a tocar, minha mãe ia de um lado para o outro e vimos que toda a situação era mais séria", disse Bruno, em entrevista à agência Reuters. "Foi um momento triste, porque estava perdendo alguém da minha família e minha referência na carreira, mas meu amor pelos carros e pelo automobilismo não mudou", contou o piloto.

Naquela ocasião, Bruno tinha apenas 10 anos. Ao jornal Lance, o sobrinho de Senna recordou algumas passagens da época do acidente. Ele disse que estava em casa, assistindo a corrida ao lado dos pais e das irmãs. Na hora do choque contra o muro, Bruno percebeu que a situação era grave, mas não imaginava que o tio morreria. Com tudo acontecendo, ele foi mandando para a casa de um amigo da família e ficou lá por dois dias. O sobrinho de Ayrton falou que, por opção, não foi ao enterro do tio.

Bruno disse ainda que acha que se Senna estivesse vivo, ele ainda estaria correndo, pois fez questão de destacar que dificilmente Ayrton conseguiria viver sem os desafio da competição e da vitória.

Ayrton Senna estreou na F1 em 1984. O sobrinho do tricampeão mundial contou à Veja que tem todas as corridas do piloto gravadas desde 1989 e falou de suas preferidas. Ele disse que a corrida de 1991, no Brasil, quando o Ayrton ganhou com apenas três marchas no carro: a segunda, a terceira e a sexta, foi incrível. Bruno relembrou que essa foi a primeira corrida que o tio venceu no Brasil, pois havia perdido em 1990 depois de uma batida em Nakajima. O rapaz disse ainda que em 1991, antes da largada, Senna ouviu a torcida gritar "Olê, olê, olê, olá... Senna, Senna..." e teve de ir para os boxes para enxugar as lágrimas. Ele retribuiu o carinho do público com uma vitória. Além disso, o sobrinho de Ayrton Senna contou que se lembra da corrida em Donington Park, na Inglaterra, em 1993, quando o tio ultrapassou todo mundo na chuva.

Bruno também falou à ESPN e disse que Senna costumava dar dicas para ele, que na época, corria de kart. "Ele sempre me mostrava o melhor caminho. Mas eu acho que a maior coisa que ele fez, foi alimentar a minha competitividade. Ele sempre me incentivou e sempre corríamos juntos. Ele acreditava no meu talento".

Senna tanto acreditava no talento do sobrinho, que em certa oportunidade, depois de deixar a McLaren em 1993, fez uma declaração à F1 pulse. "Se você acha que eu sou bom, espere até ver meu sobrinho Bruno".

Agora, Bruno já estreou na F1 pela equipe Hispania. O piloto não quer ser comparado ao tio, mas com o mesmo sobrenome é impossível não recordar de Senna. Ao blog de Rubens Barrichelo, Bruno comentou o fato de seu capacete ser parecido com do tio e suas semelhanças na forma de pilotar.

"Eu desenvolvi esse capacete com o Sidney Mosca, que foi quem pintou o do Ayrton, e o que eu queria era fazer uma homenagem. Eu sempre gostei do capacete dele com cores da bandeira do Brasil. O resultado causou a impressão que eu queria que causasse. Todo mundo lembra do Ayrton vendo o meu capacete", disse. "Acho que o Ayrton era um pouco mais agressivo do que eu, em geral. Mas no final das contas, o melhor piloto não é o mais agressivo ou o mais suave. É o piloto que se adapta melhor. Acho que o Ayrton fazia isso muito bem. Eu tento aprender com isso. Ser sempre suave com o equipamento, mas tentando tirar o máximo do carro", completou.

Terra.

Fernanda Russo Filomeno