Blog Sem Fins Lucrativos, somente com o intuito de divulgar a carreira do piloto Bruno Senna e o IAS. Carol Lo Re

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

ENTREVISTA DE BRUNO SENNA APÓS TESTES. OUÇA.

OUÇA ENTREVISTA DO BRUNO APÓS TESTES
Em entrevista ao repórter Luis Fernando Ramos, nesta quinta-fera, Bruno Senna considerou que seu primeiro contato com a F-1 foi "muito bom".O brasileiro testou com a Honda em Barcelona, segunda e quarta, e teve a companhia de Lucas di Grassi no "vestibular" promovido pela equipe japonesa para uma vaga na próxima temporada.O sobrinho de Ayrton deu 107 voltas, com a melhor delas em 1min21s676, 0s289 atrás de Jenson Button, provável titular em 2009."Foi um dia muito bom, fizemos um trabalho semelhante ao do Button durante a maior parte do dia. Pela manhã, o programa foi parecido com o do Lucas, andando com a asa dianteira antiga", disse."As condições de carro, a partir do momento em que a gente colocou a asa 2009, foram exatamente iguais às do carro do Button.""Com os pneus velhos, eu fui muito bem, com tempos semelhantes ao do Button, o que é ótimo. Mas não dava para esperar que eu fosse melhor que ele logo no meu primeiro dia na F-1", falou o vice-campeão da GP2 em 2008.Sobre o trabalho com os engenheiros e mecânicos da Honda, Senna disse: "Foi um trabalho bem completo, de bastante consistência. A equipe me deixou muito à vontade, aceitaram algumas sugestões."Chefe da equipe japonesa, Ross Brawn apareceu no circuito espanhol na terça e na quarta-feira, tudo para ver como estavam os brasileiros durante os testes. "Ele prestou bastante atenção no trabalho que fazíamos e nas informações que passávamos. Não se envolveu diretamente em discussões técnicas durante o dia, só depois", explicou Bruno."Ele disse para nós dois que ficou impressionado com o trabalho que fizemos, que foi acima da expectativa deles", revelou.O piloto afirmou que a Honda não deu um prazo para dar uma resposta."Eles vão fazer uma análise bem profunda desses dias e podem ter uma resposta na semana que vem."Ouça a entrevista de Bruno Senna, nesta quinta-feira:http://tazio.uol.com.br/f-1/textos/6410/

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

BRUNO SENNA COMEMORA BOM INÍCIO DE TESTES DA F1



Piloto folga amanhã e volta a treinar 4ª-feira pela Honda em Barcelona

SÃO PAULO – Depois de completar 39 voltas pelo circuito de Barcelona unicamente na tarde desta segunda-feira, Bruno Senna não escondeu a satisfação pelos resultados de seu primeiro teste na Fórmula 1. Na abertura dos ensaios de inverno, nos quais as equipes iniciaram a avaliação das importantes mudanças estabelecidas para o regulamento de 2009, Bruno treinou pela Honda juntamente com o austríaco Alexander Wurz e outro brasileiro, Lucas di Grassi.“Acho que foi um bom começo. A equipe pediu apenas para eu me preocupar em conhecer o carro. O banco e o cinto de segurança nem estavam perfeitamente ajustados, mas acredito que me adaptei bem. Os sistemas são menos complicados do que eu imaginava”, comentou Bruno, que estabeleceu sua volta mais rápida – 1min24s343 – já no final da prática.Bruno entrou na pista da Catalunha no reinício dos treinos após a pausa para almoço. Em suas voltas exploratórias com o Honda RA108, calçado ainda com pneus com ranhuras e 25% a menos de pressão aerodinâmica, Bruno virou na casa de 1min26s. Na segunda saída, preferiu retornar logo aos boxes por causa das condições dos pneus slick. “Eram os que o Wurz tinha usado e estavam quadrados e perigosos. Por isso, achei melhor voltar”, explicou. Já mais à vontade dentro do cockpit no retorno, passou a acelerar mais forte.“É estranho ver os Fórmula 1 com pneus slick. Ficaram parecidos com os GP2. Parecidos, em termos, no aspecto visual. Os tempos de volta nem são tão mais baixos, mas a diferenças técnicas são enormes. O motor é muito mais forte e a capacidade de frenagem é absurda”, analisou. “Mas é um carro de corrida como os outros. Sai de traseira, sai de frente, e o desafio é ir conseguindo acertá-lo”, explicou Bruno.Amanhã, de acordo com a programação estabelecida pela Honda, entrarão na pista o piloto titular Jenson Button e Lucas di Grassi, que treinará nas duas sessões. “Vou pegar uma scooter e circular pelo autódromo para ver os caras andando”, adiantou Bruno, escalado para encerrar os testes ao lado de Button no último dia de trabalho. O vice-campeão da Fórmula GP2 ficou contente também porque superou as exigências físicas impostas pela Fórmula 1. “Neste aspecto, o salto também foi menor que eu pensava. O que muda mesmo é a parte técnica da categoria.

”Márcio Fonseca (MTb 14.457)

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Photos Bruno Senna - Honda 2008


























































SUTTON IMAGES

Bruno Senna vence 1ª 'batalha' com Di Grassi em teste pela Honda

Bruno Senna vence 1ª 'batalha' com Di Grassi em teste pela Honda
No primeiro dia de testes da Fórmula 1 visando à próxima temporada, dois brasileiros travaram um duelo bastante particular. Lucas Di Grassi e Bruno Senna foram à pista do circuito de Montmeló, em Barcelona, para testarem pela Honda, ambos buscando uma vaga de titular no time. E o sobrinho do tricampeão mundial levou a melhor na batalha inicial.

Bruno Senna (f) venceu seu primeiro duelo com Lucas di Grassi nos testes de segunda
Nenhum dos dois pilotos apresentou um desempenho espetacular, mas Bruno Senna foi pouco mais de um segundo (1s169) mais rápido do que o rival compatriota, registrando 1min24s343 na bateria vespertina de testes, o 15º tempo do dia. Di Grassi, que havia corrido pela manhã, fez 1min25s512 e fez apenas a 17ª e última marca da segunda-feira.Apesar da última posição, Di Grassi tratou de minimizar o resultado, já que não se sabe exatamente a configuração utilizada por ele e Senna nos testes. "Eu não sinto pressão nenhuma, estou fazendo o meu trabalho. Exatamente o que eles me pediram. Faço o meu melhor e, se for o suficiente para conseguir a vaga, vou ficar feliz e vou trabalhar bastante no ano que vem", explicou.Já para Senna, foi a estréia em um carro da Fórmula 1, e o sobrinho do tricampeão Ayrton Senna admitiu que ficou nervoso em sua primeira volta no circuito. "O primeiro dia do meu primeiro teste na Fórmula 1 foi um momento tão grande quanto eu esperava que fosse. Eu me diverti muito e pude curtir. Estava bem relaxado, mas na primeira volta percebi o significado daquele momento. Foi muito importante", recordou.Os dois pilotos mais rápidos do dia foram justamente os dois postulantes a um assento na Toro Rosso. A marca de 1min20s763 cravada ainda pela manhã por Takuma Sato foi a mais baixa da segunda-feira, seguida pelo tempo de 1min21s071 registrado por Sébastien Buemi.Uma das sensações do dia em Montmeló foi o pentacampeão mundial de rali, Sébastien Loeb. Embora esteja testando com a Red Bull por questões de patrocínio, o francês teve uma boa performance e obteve a oitava melhor marca desta segunda: 1min22s503, à frente exatamente de Nelsinho Piquet, da Renault, com 1min22s560.O brasileiro, por sinal, foi um dos três únicos titulares que correram neste primeiro dia de testes. Além dele, estiveram presentes Robert Kubica (7º, da BMW) e Adrian Sutil (13º, Force India). A prioridade das equipes neste momento é começar a adaptar os carros para as mudanças que serão implementadas na categoria no ano que vem.Alguns dos carros apresentavam asas traseiras menores, outros tinham pacote aerodinâmico já prevendo a introdução do KERS e todos rodaram com pneus lisos. A BMW foi a única a levar à pista um protótipo do bólido de 2009. As outras equipes variaram entre híbridos e carros de 2008.
Confira os tempos desta segunda-feira em Barcelona:
1. Takuma Sato (JAP) - Toro Rosso - 1min20s763
2. Sébastien Buemi (SUI) - Toro Rosso - 1min21s071
3. Alexander Wurz (AUT) - Honda - 1min21s198
4. Pedro de la Rosa (ESP) - McLaren - 1min21s417
5. Gary Paffett (ING) - McLaren - 1min21s956
6. Luca Badoer (ITA) - Ferrari - 1min22s038
7. Robert Kubica (POL) - BMW - 1min22s341
8. Sébastien Loeb (FRA) - Red Bull - 1min22s503
9. Nelsinho Piquet (BRA) - Renault - 1min22s560
10. Christian Klien (AUT) - BMW - 1min22s883
11. Nico Hulkenberg (ALE) - Williams - 1min23s467
12. Vitantonio Liuzzi (ITA) - Force India - 1min23s794
13. Adrian Sutil (ALE) - Force India - 1min23s832
14. Marc Gené (ESP) - Ferrari - 1min24s177
15. Bruno Senna (BRA) - Honda - 1min24s343
16. Giedo van der Garde (HOL) - Renault - 1min24s908
17. Lucas Di Grassi (BRA) - Honda - 1min25s512
FONTE: UOL

Bruno Senna Barcelona test report, day 1


Honda runs a dual test programme with Test & Reserve Driver Alex Wurz and the two young Brazilians Bruno Senna and Lucas di Grassi.
Date: Monday 17 November

Track: Circuit de Catalunya, Spain

Drivers: Alex Wurz / Lucas Di Grassi / Bruno Senna
No of Laps: 77 laps / 48 laps / 39 laps

Best Lap Time: 01:21.198 / 1:25.512 / 1:24.343

Kilometres Covered: 763.5kmTrack Length: 4.655km
Weather: Cold and sunny

Ambient Temperature: Lunchtime 13°CTrack Temperature: Lunchtime 26°C
The Honda Racing F1 Team returned to the test track today just two weeks after the 2008 season finale in Brazil as the Formula One teams travelled to the familiar testing venue of the Circuit de Catalunya in Barcelona to commence preparations for the 2009 season.
The three-day test will see the Honda team run two programmes. Alex Wurz and Jenson Button will focus on the development of the 2009 car whilst the team also evaluates young Brazilians Lucas Di Grassi and Bruno Senna.
Alex kicked off the main test programme evaluating various aerodynamic components for next season and running the Bridgestone Potenza slick tyres. Jenson will take over the car tomorrow to complete the final two days of the test.
Lucas was the first of the young drivers to complete his half-day familiarisation programme this morning. He went out for an initial run on grooved tyres to acclimatise to the car before the team fitted used slicks for the remainder of the session. After lunch, Bruno took to the track for his first ever drive in a Formula One car. He followed the same programme as Lucas, starting on grooved tyres before moving to used slick tyres midway through the session.
Lucas will complete a full day of running tomorrow with Bruno taking over the car on Wednesday.
ALEX WURZ“The view from the cockpit is just so much nicer with slick tyres on the car! As a driver, I prefer the driving style with slicks so I am happy that the change has finally come, even if it is too late for me to race with them. My focus for today was on gathering information on the tyres whilst running various 2009 downforce levels. We have come away with good answers and a clear direction so I am pleased with the work that we achieved. It was nice to see the two young guys in action with Honda today. Both understood the car very quickly but how they develop from here with a full day in the car will be important.”
LUCAS DI GRASSI“My first day in the Honda car has been a good experience. The focus of my half day programme today has been to get the best possible feeling for the car ahead of my full day tomorrow. One of us had to be the first out on track today and that was me, but this morning the track was really very ‘green’ and took a while to improve. I ran with slick tyres for the first time and in a car that is both new to me and which had a combination of 2008 and 2009 aero elements, so it was a totally new experience for me but a very enjoyable one. Today I have been using old tyres, running with low downforce and working through a variety of set-ups. Tomorrow will be a better test of what I am capable of.”
BRUNO SENNA“The first day of my first Formula One test has been just as big a moment as I expected it to be. I have also had a lot of fun and really enjoyed myself. This morning I focused on doing as much as I could to prepare for my turn. I listened to the team radio and watched and learned how the team works. I was feeling quite calm but on my first lap out of the garage I realised the significance of the moment. This is a very special opportunity and one which has been a dream my whole life. The team were great and left it to me to find my level, but by the end of my second run I was feeling very much at home in the car. There were lots of new sensations as the gearshifts, engine power and aerodynamics compared to a GP2 car were all very different. I need a few adjustments to be fully comfortable in the car for Wednesday but generally I am feeling good. Obviously my full day is when everything will count but I am very pleased with what I achieved today and the more laps I do, the quicker I’ll be hopefully. A great, great day for me and I am incredibly grateful to the Honda team for making it possible.”
RESULTS (All timings are unofficial)
1. Takuma Sato (Toro Rosso) 1:20.763 (121 laps)

2. Sebastien Buemi (Toro Rosso) 1:21.071 (117 laps)

3. Alex Wurz (Honda Racing F1 Team) 1:21.198 (77 laps)

4. Pedro De La Rosa (McLaren) 1:21.417 (65 laps)

5. Gary Paffett (McLaren) 1:21.956 (78 laps)

6. Luca Badoer (Ferrari) 1:22.038 (94 laps)

7. Robert Kubica (BMW) 1:22.341 (56 laps)

8. Sebastien Loeb (Red Bull) 1:22.503 (82 laps)

9. Nelson Piquet (Renault) 1:22.560 (80 laps)

10. Christian Klien (BMW) 1:22.883 (53 laps)

11. Nico Hulkenberg (Williams) 1:23.467 (116 laps)

12. Tonio Liuzzi (Force India) 1:23.794 (86 laps)

13. Adrian Sutil (Force India) 1:23.832 (88 laps)

14. Marc Gene (Ferrari) 1:24.177 (32 laps)

15. Bruno Senna (Honda Racing F1 Team) 1:24.343 (39 laps)

16. Giedo Van Der Garde (Renault) 1:24.908 (32 laps)

17. Lucas Di Grassi (Honda Racing F1 Team) 1:25.512 (48 laps)


BRUNO SENNA "O primeiro dia do meu primeiro teste de Fórmula Um, foi apenas um momento tão grande quanto eu esperava que fosse. Também tive muita diversão e realmente me gozavam. Esta manhã, incidiu sobre fazer tanto quanto eu podia para preparar a minha vez. Ouvi a equipe do rádio e vi e aprendi como a equipe trabalha. Eu estava me sentindo bastante calmo, mas no meu primeiro colo para fora da garagem, compreendi o significado do momento. Esta é uma oportunidade muito especial e um que tenha sido um sonho minha vida inteira. A equipe estavam empolgante e deixei-me a encontrar o meu nível, mas até o final da minha segunda passagem Eu estava me sentindo muito em casa, no carro. Havia muitas e novas sensações como a gearshifts, a potência do motor e aerodinâmica, em comparação com um carro GP2 e todos muito diferentes. Preciso de alguns ajustes para ser totalmente confortável no carro para quarta-feira, mas geralmente estou sentindo bem. Obviamente meu pleno dia é quando tudo vai contar, mas estou muito satisfeito com aquilo que eu hoje alcançado o mais voltas e eu faço, eu vou ser o mais rápido eu espero. Um grande, grande dia para mim e estou extremamente grato à equipe Honda para tornar isso possível. "

RESULTADOS DOS TESTES 17 DE NOVEMBRO NA CATALUNYA


HONDA WINTER TESTING - TODAY BRUNO SENNA

Monday 17 November
Alex Wurz
Lucas Di Grassi (morning)
Bruno Senna (afternoon)

Tuesday 18 November
Jenson Button
Lucas Di Grassi

Wednesday 19 November
Jenson Button
Bruno Senna

domingo, 16 de novembro de 2008

Entrevista com Bruno Senna.

- Seu espírito competitivo foi estimulado desde cedo, em simples brincadeiras com o jet ski, em Angra dos Reis.
E o ‘professor’ era ninguém menos do que o tio Ayrton Senna. “Mais competitivo do que ele não existia. E não era do feitio dele me deixar ganhar”, recorda Bruno Senna, hoje aos 25 anos.
A partir de segunda-feira, a ‘diversão’ do sobrinho do tricampeão mundial de F-1 será outra: pela primeira vez, Bruno testará um carro da categoria, no circuito de Barcelona, pela Honda. Vice-campeão da GP2, ele disputa uma vaga de titular com o brasileiro Lucas Di Grassi.
De Londres, Bruno falou por telefone, ao ‘Ataque’ sobre a expectativa pelos testes.
Relembrou bons momentos com o tio, e também os anos difíceis longe do automobilismo, depois da morte de Ayrton Senna no GP de San Marino, em 1994, e do pai, num acidente de moto.—Você está prestes a testar um Fórmula-1 pela primeira vez.
Está ansioso?—Estou superanimado para andar, ainda mais que estou há quase dois meses parado. Minha última corrida na GP2 foi no fim de setembro.
Todo piloto, no meu lugar, estaria doido para entrar no carro e dar uma acelerada.
—Como foram os dias na fábrica da Honda?
—Fiz tudo o que precisava antes dos testes, vendo os procedimentos de rádio, da parte eletrônica. É bem interessante ver como funciona uma equipe de F-1, muito diferente da GP2.
A fábrica da Honda tem uma estrutura bem legal e estou animado.
—Você vai disputar vaga com o Lucas para o lugar do Barrichello.
Como vê essa briga entre brasileiros?—Não existe briga entre brasileiros. A disputa é entre pilotos. É uma disputa direta.
Quem fizer o melhor trabalho vai ficar com a vaga.
—O Barrichello o aconselhou a não ir para a Honda, alegando que, com pouca experiência, seria queimar um cartucho.
Como você recebeu esse conselho?
—Acho que vai ser uma experiência fantástica participar do desenvolvimento do carro, ainda mais com o Ross Brawn (chefe de equipe), com quem tenho muito a aprender e que pode me ajudar a ir em frente. Agora, se é a equipe certa ou não, vou ter que esperar para ver.
—Mas é claro que você não vai seguir o conselho ...
—É lógico que não (risos). Vou pagar para ver.
—Mesmo testando com a Honda, ainda existe chance de ir para a Toro Rosso?
—Não fechei portas. Estamos vendo com a Toro Rosso a chance de testar, dependendo de como será na Honda.
—É verdade que você ofereceu US$ 14 milhões por uma vaga na Toro Rosso?
—É pura especulação. O que a Toro Rosso faz é pedir aos pilotos que levem patrocínio. Mas a realidade é que nunca ofereci 14 milhões para correr em lugar algum.—Está preparado para as comparações com seu tio?
—A realidade é que, se eu tiver que andar em 2009, vai ser por esforço e mérito próprios, não pelo sobrenome. As equipes não têm interesse em pilotos que não tenham realmente potencial. A pressão vai existir, ainda mais com os brasileiros, que são muito exigentes.
—Você se sente pronto para entrar na Fórmula-1?
—O desafio é imenso porque, na F-1, o nível técnico é muito grande. Tenho que aprender bastante, mas prefiro ser piloto titular do que pegar uma vaga como piloto de testes e não fazer muita coisa. Na minha carreira, quase sempre dei a cara para bater. Dei passos grandes e nunca caí. Os primeiros anos foram difíceis, mas hoje estou consciente do que posso fazer.
—Como foi o retorno ao automobilismo, depois de tanto tempo afastado?
—Com certeza, foram dois anos superdifíceis. Não tinha experiência de corrida, de como lidar com determinadas situações. E competia com pilotos com mais experiência do que eu, na Fórmula-BMW e na Fórmula-3. Hoje em dia, tenho vitórias e sei lidar com a dificuldade, com os momentos de decisão.
—Como foi ficar tanto tempo longe da pistas?
—Andei de kart dos 5 aos 10 anos. Mas, depois que o Ayrton faleceu, fiquei parado, mesmo. Foram oito anos e meio sem andar absolutamente de nada. De 2002 para 2003, voltei a correr de kart, mas quebrava mais costelas do que qualquer outra coisa. Com o tempo, fui sentindo cada vez mais falta do esporte, de correr. Aos 16 anos, via a molecada que andava comigo correndo de kart, e aquilo começou a me incomodar. Ficou bem difícil de aceitar quando comecei a ficar mais pró-ativo.
—Sua mãe, Viviane, tinha muito medo, não é?
—Ela tinha muito receio de eu começar a correr, pelo fator perigo. Ela ficou preocupada com o assédio da imprensa, com a pressão. E achava que era mais molecagem. Por muito tempo, não falei sobre isso com ela
—E quando você passou a dirigir no trânsito?
—É claro que tinha um histórico de acidentes na família, com a morte do meu pai também. Mas minha mãe sabia que eu tinha responsabilidade. Sofri um acidente na Fórmula-3, em 2006, que depois foi um alívio. A segurança no automobilismo, atualmente, é maior do que na época em que o Ayrton corria.
—Ela ainda fica muito nervosa nas corridas?
—Ela fica nervosa, claro. Mas a coisa boa é que a ansiedade dela hoje não é pelo medo de um acidente, mas pela expectativa de um resultado bom, de ficar pensando nos pontos do campeonato.
—A falta de experiência pode pesar na Fórmula-1?—Só correndo é que se adquire experiência. Estou bem tranqüilo. É difícil um piloto ter um sucesso enorme logo na estréia na F-1.
—Neste ano, você ganhou uma corrida da GP2 em Mônaco, onde seu tio venceu seis vezes. Foi a mais emocionante até agora?
—Ganhar em Mônaco foi realmente uma sensação muito especial. É um desafio completamente diferente, uma pista bem peculiar. Foi uma satisfação grande, uma experiência fantástica. Lembrei do Ayrton quando terminou a corrida e quando estava indo para o pódio. Mas desejo voltar a vencer em Mônaco na Fórmula-1.
—Quais pilotos admira?—O Felipe, o Hamilton. O Alonso, para mim, foi o melhor piloto da temporada. Tem o Kubica, o Vettel... A F-1 está num nível alto.
—E de todos os tempos, é o seu tio?—Minha grande referência é mesmo o Ayrton.
—Você tem características semelhantes às dele?
—Na família, temos várias características semelhantes, com personalidades parecidas, apesar de cada um ter sua individualidade. Então, posso falar alguma coisa ou ter um ponto de vista semelhante ao do Ayrton. Em termos de pilotagem, acho que a semelhança é de andar bem na chuva, naturalmente.
—Quais as recordações que você guarda dele?
—A maioria das memórias é das corridas. E, quando ele estava no Brasil, íamos para Angra ou para a fazenda. Era sempre uma diversão competitiva. Lembro das corridas de jet ski, ele me puxando de esqui. Ele tinha um jeito peculiar de estimular meu lado competitivo que era disputando comigo.
—E deixava você ganhar?
—Nada! Mais competitivo do que ele não existia. Não era do feitio dele me deixar ganhar. Tinha que suar bastante a camisa.
—Como é o seu dia-a-dia em Londres?
—Estou aqui há quatro anos e meio. Treino de manhã, almoço, depois tenho outro treino, volto em casa para jantar. Chego cansado e quero ver TV ou jogar video game. Às vezes, faço boxe. Gosto também de esportes aquáticos. Tem uma moça que faz comida. Moro com minha irmã, Bianca, que é minha empresária e faz toda a diferença.

O dia online.