Participação do piloto Bruno Senna na coletiva de imprensa da FIA, prévia ao GP da Austrália, realizada nesta quinta-feira em Melbourne:
Quão difícil foi a etapa do Bahrein?
Foi um grande desafio. A equipe chegou lá sem nenhuma preparação prévia, tudo tinha que ser feito lá. Nós lutamos um bocado. Não tínhamos nenhuma experiência anterior, precisávamos conseguir fazer tudo nas poucas voltas que tínhamos, e isso não facilitou nossa vida nem um pouco. Mas ainda assim a equipe fez um trabalho fantástico para estar lá e colocar os dois carros no grid.
O que vem acontecendo desde então com a equipe?
Obviamente há uma grande lista de coisas que precisam ser mudadas. Sem testes e sem tempo para testar entre as duas primeiras corridas, não há grandes mudanças. Algumas poucas mudanças, mas não é suficiente. Mas nós esperamos que até a Europa nós tenhamos algumas melhorias, coisas novas no carro, que vão melhorar o desempenho e a confiabilidade.
É um aprendizado gigantesco para você e para a equipe. A Lotus, pelo menos, tem pilotos experientes.
Eu acho que tanto para as novas equipes quanto para os novos pilotos é muito importante conseguir quilometragem. Seria ótimo pra nós se pudéssemos testar um pouco na Europa após as primeiras corridas. Assim nós conseguiríamos eliminar muitos dos probleminhas e coisas básicas que já teríamos conseguido resolver com alguma quilometragem em testes. Eu acho que isso ia melhorar a vida de todo mundo, tanto das equipes novas como das outras, considerando que eles precisam nos ultrapassar algumas vezes a mais do que o necessário, do que se nós estivéssemos um pouco mais rápidos e preparados.
(Chris Lines - Associated Press) Bruno, você teve vários problemas hidráulicos no Bahrein. A equipe conseguiu consertar isso e quais são as chances de você completar a corrida?
Eu não tive tantos problemas hidráulicos. Houve alguns problemas de embreagem. No meu carro, a hidráulica estava relativamente confiável. O problema que nós tivemos na corrida foi apenas uma peça de metal que quebrou nos canos do radiador, o que fez com que o motor ficasse sem água. Essas coisas pequenas foram consertadas, por isso eu acho que devemos ser capazes de completar a corrida. Esse é o nosso objetivo dessa vez, terminar a corrida. Eu espero que a equipe consiga, porque chegamos bem perto da última vez. Foi uma pena ter tido esse problema, mas foi só por causa da falta de testes. Esse tipo de problema acontece quando o equipamento é muito novo. Na verdade, isso não deveria acontecer em público.
(Mike Doodson) Bruno, ano passado você disse várias vezes como era irritante que 99% dos jornalistas só perguntassem uma coisa para você, que era sobre a relação e as expectativas por causa do seu sobrenome. Eu estou interessado no seu sobrenome. Minha esposa é sul-americana e ela usa o sobrenome dos dois pais, o do pai primeiro e o da mãe em segundo. Eu estou interessado em saber o que está escrito no seu passaporte: você é Bruno Lalli, Bruno Lalli Senna ou Bruno Senna?
Eu sou Bruno Senna Lalli. Esse é meu nome de batismo. No Brasil, nós escolhemos os sobrenomes que nós queremos. Não há uma regra para quais sobrenomes da sua família você vai usar.
(Mike Doodson) Então na verdade a escolha do sobrenome foi sua. Então você não pode culpar os jornalistas por sublinharem isso.
Minha escolha, não! Não fazia sentido começar minha carreira como Bruno Lalli, porque assim que as pessoas descobrissem meu parentesco com o Ayrton elas iriam me chamar de covarde por tentar fugir disso. Não havia sentido nisso. Eu simplesmente assumi que o natural seria as pessoas me chamarem Bruno Senna. Eu não tenho escolha com relação a isso.
(Joris Fioriti - AFP) Bruno, com o sobrenome que você tem, não é difícil começar sua carreira tendo como objetivo apenas tentar terminar uma corrida?
Eu não me vejo como sendo diferente de ninguém só por causa do sobrenome. Obviamente seria ótimo começar em um carro onde eu pudesse lutar por vitórias. Mas essa foi a oportunidade que se apresentou pra mim, e obviamente eu não estou aqui só por causa do meu sobrenome. Eu tenho resultados na minha curta carreira que me qualificam a obter a superlicença. Eu tenho tanto direito de estar aqui quanto qualquer outro com os mesmos resultados.
(Livio Oricchio - O Estado de São Paulo) Michael Schumacher foi mais lento que seu companheiro de equipe em todos os treinos livres, no treino classificatório e na corrida do Bahrein. O que aconteceu, e pode Michael Schumacher voltar a ser o Michael Schumacher que nós conhecemos?
É muito fácil julgar alguém baseado em um fim de semana. É o primeiro fim de semana de corrida dele na F1 em três anos. Ele já provou bastante do que é capaz durante toda sua carreira, por isso não há razão para duvidar que ele possa atingir grandes conquistas de novo. É difícil prever o que vai acontecer, quais resultados ele vai ter, mas eu não acho que o talento simplesmente escape das pessoas.
www.formula1.com
Tradução livre
Quão difícil foi a etapa do Bahrein?
Foi um grande desafio. A equipe chegou lá sem nenhuma preparação prévia, tudo tinha que ser feito lá. Nós lutamos um bocado. Não tínhamos nenhuma experiência anterior, precisávamos conseguir fazer tudo nas poucas voltas que tínhamos, e isso não facilitou nossa vida nem um pouco. Mas ainda assim a equipe fez um trabalho fantástico para estar lá e colocar os dois carros no grid.
O que vem acontecendo desde então com a equipe?
Obviamente há uma grande lista de coisas que precisam ser mudadas. Sem testes e sem tempo para testar entre as duas primeiras corridas, não há grandes mudanças. Algumas poucas mudanças, mas não é suficiente. Mas nós esperamos que até a Europa nós tenhamos algumas melhorias, coisas novas no carro, que vão melhorar o desempenho e a confiabilidade.
É um aprendizado gigantesco para você e para a equipe. A Lotus, pelo menos, tem pilotos experientes.
Eu acho que tanto para as novas equipes quanto para os novos pilotos é muito importante conseguir quilometragem. Seria ótimo pra nós se pudéssemos testar um pouco na Europa após as primeiras corridas. Assim nós conseguiríamos eliminar muitos dos probleminhas e coisas básicas que já teríamos conseguido resolver com alguma quilometragem em testes. Eu acho que isso ia melhorar a vida de todo mundo, tanto das equipes novas como das outras, considerando que eles precisam nos ultrapassar algumas vezes a mais do que o necessário, do que se nós estivéssemos um pouco mais rápidos e preparados.
(Chris Lines - Associated Press) Bruno, você teve vários problemas hidráulicos no Bahrein. A equipe conseguiu consertar isso e quais são as chances de você completar a corrida?
Eu não tive tantos problemas hidráulicos. Houve alguns problemas de embreagem. No meu carro, a hidráulica estava relativamente confiável. O problema que nós tivemos na corrida foi apenas uma peça de metal que quebrou nos canos do radiador, o que fez com que o motor ficasse sem água. Essas coisas pequenas foram consertadas, por isso eu acho que devemos ser capazes de completar a corrida. Esse é o nosso objetivo dessa vez, terminar a corrida. Eu espero que a equipe consiga, porque chegamos bem perto da última vez. Foi uma pena ter tido esse problema, mas foi só por causa da falta de testes. Esse tipo de problema acontece quando o equipamento é muito novo. Na verdade, isso não deveria acontecer em público.
(Mike Doodson) Bruno, ano passado você disse várias vezes como era irritante que 99% dos jornalistas só perguntassem uma coisa para você, que era sobre a relação e as expectativas por causa do seu sobrenome. Eu estou interessado no seu sobrenome. Minha esposa é sul-americana e ela usa o sobrenome dos dois pais, o do pai primeiro e o da mãe em segundo. Eu estou interessado em saber o que está escrito no seu passaporte: você é Bruno Lalli, Bruno Lalli Senna ou Bruno Senna?
Eu sou Bruno Senna Lalli. Esse é meu nome de batismo. No Brasil, nós escolhemos os sobrenomes que nós queremos. Não há uma regra para quais sobrenomes da sua família você vai usar.
(Mike Doodson) Então na verdade a escolha do sobrenome foi sua. Então você não pode culpar os jornalistas por sublinharem isso.
Minha escolha, não! Não fazia sentido começar minha carreira como Bruno Lalli, porque assim que as pessoas descobrissem meu parentesco com o Ayrton elas iriam me chamar de covarde por tentar fugir disso. Não havia sentido nisso. Eu simplesmente assumi que o natural seria as pessoas me chamarem Bruno Senna. Eu não tenho escolha com relação a isso.
(Joris Fioriti - AFP) Bruno, com o sobrenome que você tem, não é difícil começar sua carreira tendo como objetivo apenas tentar terminar uma corrida?
Eu não me vejo como sendo diferente de ninguém só por causa do sobrenome. Obviamente seria ótimo começar em um carro onde eu pudesse lutar por vitórias. Mas essa foi a oportunidade que se apresentou pra mim, e obviamente eu não estou aqui só por causa do meu sobrenome. Eu tenho resultados na minha curta carreira que me qualificam a obter a superlicença. Eu tenho tanto direito de estar aqui quanto qualquer outro com os mesmos resultados.
(Livio Oricchio - O Estado de São Paulo) Michael Schumacher foi mais lento que seu companheiro de equipe em todos os treinos livres, no treino classificatório e na corrida do Bahrein. O que aconteceu, e pode Michael Schumacher voltar a ser o Michael Schumacher que nós conhecemos?
É muito fácil julgar alguém baseado em um fim de semana. É o primeiro fim de semana de corrida dele na F1 em três anos. Ele já provou bastante do que é capaz durante toda sua carreira, por isso não há razão para duvidar que ele possa atingir grandes conquistas de novo. É difícil prever o que vai acontecer, quais resultados ele vai ter, mas eu não acho que o talento simplesmente escape das pessoas.
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