Blog Sem Fins Lucrativos, somente com o intuito de divulgar a carreira do piloto Bruno Senna e o IAS. Carol Lo Re

quinta-feira, 11 de março de 2010

Bruno Senna chegou a pensar em plano B para a F1


Bruno Senna vai estrear na Fórmula 1 neste domingo pela Hispania, equipe espanhola que não fez nenhum teste até agora. As coisas, porém, podiam ser diferentes. Nesta sexta-feira, a mãe, Viviane Senna, admitiu que, há cerca de um mês, o staff do piloto procurava alternativas para sua estreia na Fórmula 1.

O nome do sobrinho de Ayrton Senna foi cogitado na Toro Rosso, que estreia no GP do Bahrein, neste domingo, com o suíço Sebastien Buemi e com o espanhol Jaime Alguersuari. A escuderia, inclusive, é comandada por Gerhard Berger, o homem que levou Bruno para Europa.

“Com as indefinições da Campos, começamos a pensar em um plano B. Recebemos, inclusive, propostas alternativas. Mas o que nós queríamos mesmo era tentar até o fim [com a Campos]. Até porque estamos olhando a longo prazo”, admitiu Viviane, sem confirmar ou negar o nome da equipe.

Segundo ela, a resistência em desistir do time de Adrián Campos, que foi comprado recentemente por José Ramón Carabante, foi grande. “Quando assinamos, todo mundo achou que a decisão era a mais correta. E quando o Carabante entrou no jogo, garantiu que o contrato do Bruno estava garantido e seria cumprido”, explicou.

O brasileiro, inclusive, teve papel decisivo para a manutenção do time. Nesta quinta-feira, Viviane participou do anunciou do patrocínio do banco Cruzeiro do Sul à equipe. Os investidores não revelaram o valor do acordo, mas o dinheiro chega ao time com a chancela de Bruno. Seu companheiro de equipe, o indiano Karun Chandhok, ficou com a vaga porque trazia um alto valor em patrocínios para o time.

“O Carabante garantiu que o contrato assinado seria cumprido, independentemente de patrocínios. Mas é claro que com esse novo acordo, o time ganha mais estabilidade. Esse novo acordo vai significar mais desenvolvimento para o carro, que é muito importante”, comemorou Viviane.

Família se emociona

O evento marcou também a primeira vez que a mãe viu o filho com o macacão que irá usar na sua estréia na Fórmula 1. Na entrevista, Viviane se emocionou ao revelar que a família segue abalada pela tragédia com Ayrton Senna, em 1994. A todo momento, as expressões usadas são “o que aconteceu”, nunca acidente ou tragédia.

E, segundo ela, seu pai, Milton, de 85 anos, não consegue se envolver diretamente com a carreira do neto. “Ele ainda sente um pouco. Até pouco tempo atrás, ignorava o que tinha a ver com o Bruno na Fórmula 1. Hoje, mudou um pouco. Pergunta. Mas toda a história mexeu muito com ele. Quando o Ayrton foi campeão mundial pela primeira vez, ele o chamou de volta. ‘Acabou esse brincadeira’. O Ayrton voltou, mas não estava feliz. E o meu pai permitiu que ele voltasse”, lembrou Viviane.

Ela chorou ao lembrar do kart que o pai construiu para o irmão, na fábrica da família, usando um motor de máquina de cortar grama. E também contou como tentou fazer com que Bruno desistisse do mundo da velocidade.

“Quando ele fez 18 anos, falou que queria ser piloto. Achei que era coisa de adolescente. Primeiro carro e tudo mais. Enrolei ele por dois anos. Depois, conversamos e ele me contou que estava esperando acabar a faculdade para juntar dinheiro e virar piloto. Aquilo me emocionou. Imagina, se ele esperasse tudo isso, iria chegar de bengala na Fórmula 1”.

A mãe, porém, ainda tentou mudar a ideia do filho: “Olha só, você pode ser mecânico, pode ser engenheiro, pode ser chefe de equipe. Mas ele dizia ‘não, quero estar naquele banco, atrás do volante’”.

Depois disso, a roda da carreira de Bruno começou a rodar. Viviane ligou para Berger, ex-companheiro do irmão, e o austríaco deu uma chance para o novato. Bruno fez sucesso e, em cinco anos, chegou à elite do automobilismo mundial.

Por Bruno Doro
UOL Esporte