Blog Sem Fins Lucrativos, somente com o intuito de divulgar a carreira do piloto Bruno Senna e o IAS. Carol Lo Re

quarta-feira, 30 de junho de 2010

5 minutos com Bruno Senna

O site ESPNF1.com em conjunto com a revista virtual GP WEEK entrevistaram Bruno Senna para a sessão 5 minutos. Confiram o papo com o piloto brasileiro.

Por Adam Hay-Nichols

Você sempre soube que precisaria de algumas semanas pra se sentir confortável. Você sente agora que está dominando o carro?

BS: Eu estou confortável, e cada vez mais confiante e consistente. Mas ainda não cheguei no nível onde quero chegar. Acho que tudo é uma questão de levar os pneus ao limite, e essa é a ponta da faca. O carro desliza bastante e é bem difícil encontrar esse limite. Eu acredito que estou entre 75 e 80% dos pneus, então ainda tem muito desempenho pra melhorar apenas se eu encontrar esse espaço. Isso vem com mais quilometragem e experiência. De qualquer maneira, as coisas estão evoluindo, estou conseguindo melhorar as voltas e os tempos estão bem consistentes. Mas eu sei que posso fazer melhor. Eu ainda espero sentar no carro todas as vezes, ir pra pista e encontrar esse pequeno limite, e cravar algumas voltas boas.

O carro está evoluindo rápido? Está abaixo das suas expectativas a essa altura da temporada?

BS: É difícil julgar. Nós começamos a temporada numa correria enorme e sabíamos que seria difícil nos desenvolver e alcançar os demais. Como piloto, você sempre quer partes novas no carro a cada duas horas, mas nós não temos essa condição. Nós agora estamos desenvolvendo um programa de segurança e também teremos algum tempo no túnel de vento. Temos algumas coisas boas a caminho, mas basicamente nós temos o mesmo carro que começou a temporada no Bahrein. Coisas pequenas foram melhoradas, mas não houve nenhum maior redesenho. Isso vai acontecer em breve, eu espero.

Não é meio difícil pilotar um carro que é significativamente mais lento que os outros carros, e tomar uma volta quatro vezes numa corrida?

BS: Não é agradável. Nas primeiras corridas, eu sentia como se não estivesse fazendo meu trabalho direito, eu ficava pensando demais em deixar os outros passarem e perdia muito tempo. Só que o foco não é esse, o foco é dar o máximo que você pode. Agora eu melhorei muito. Eu sou competitivo, eu realmente quero estar brigando por posições, não apenas olhando pelo retrovisor.

O fato de as expectativas com relação à equipe serem baixas ajudou de alguma forma a tirar a pressão de você?

BS: Na verdade não, porque no final das contas se você tem um carro competitivo e uma boa referência do seu companheiro de equipe ou dos engenheiros, você consegue melhorar muito rápido. Porém, quando você está aprendendo tudo junto com a equipe, fica mais difícil saber se é você ou o carro. É mais difícil ter confiança uns nos outros quando você não tem experiência. Karun e eu não tínhamos trabalhado com esses engenheiros antes. Mas agora nós confiamos bem uns nos outros, e todos se respeitam. Existe uma pressão por um bom desempenho.

Você se preocupou, no começo do ano, com a possibilidade de passar mais uma temporada fora de cena?

BS: Houve alguns momentos difíceis. Algumas vezes eu pensei que talvez estivesse tudo acabado, que era hora de ir pra casa vender coco na praia. Isso seria ótimo, ter uma vida fácil sem nenhuma pressão! Eu estou brincando, é muito difícil dizer o que eu teria feito. Meu objetivo sempre foi a Formula 1, e ser competitivo aqui. Eu acho que ainda posso fazer uma longa carreira aqui, mas eu ainda preciso melhorar, para que as pessoas me levem a sério.

Existe competitividade entre você e o Karun? Porque vocês são bons amigos...

BS: Há muita competitividade quando nós estamos na pista. Fora da pista, nós colaboramos muito. Tentamos dar uma ao outro o máximo de informação possível. Sinceramente, se nós não fizermos isso, tudo vai demorar muito mais. É bom ser amigo do seu companheiro de equipe. Nós estivemos em situações este ano em que ficamos lado a lado, e demos apoio um ao outro.

Vocês compartilham carros alugados?

BS: Sim, bastante. Nós dirigimos juntos de Barcelona a Mônaco, na verdade, e eu achei um jeito de fazer o Karun ficar quieto. Tudo que você precisa fazer é andar rápido no molhado. Quando o carro está aquaplanando, ele fica caladinho.

A F1 é mais difícil do que você imaginava?

BS: Ah, sim. A F1 é muito difícil. É extremamente competitiva. Mas também é um ambiente muito amigável.

Quantas vezes a cada fim de semana você é perguntado sobre o Ayrton?

BS: Em média, a cada 30 segundos! Em 90% das minhas entrevistas, me perguntam sobre o Ayrton. Eu estou acostumado. Eu acho que em alguns anos isso vai se esgotar. Por mais que eu tenha respondido as mesmas perguntas de novo e outra vez um milhão de vezes desde que eu comecei a correr, há sempre pessoas diferentes lendo as reportagens.

Tradução Livre

Fonte: http://en.espnf1.com/hrtf1/motorsport/story/20924.html

Foto: HRT F1 Team