Blog Sem Fins Lucrativos, somente com o intuito de divulgar a carreira do piloto Bruno Senna e o IAS. Carol Lo Re

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Não dá pra comparar um iniciante a um tricampeão no auge, diz Bruno Senna

 Uma parte somente da entrevista do piloto Bruno Senna a Revista ESPN.

Chegar aos 27 anos sem nunca ter corrido em Interlagos é apenas uma das diferenças entre os dois. Bruno Senna (Lalli) sabe que não vai repetir o tio, campeão pela primeira vez aos 28, tampouco se importa. É justamente por isso que sua entrevista à revista ESPN não é sobre a relação entre o tricampeão e o aspirante, mas sim sobre a pessoa escondida atrás do laço de sangue. Bruno recebeu nossa reportagem para uma longa conversa em sua casa, algo raro na família que Ayrton tanto preservava. Desarmado, dosou muita autocrítica com bom humor para revelar o que sente em relação à carreira que começa, tardiamente, a construir.Quão chato é tomar volta em todas as corridas?
É a coisa mais frustrante do mundo. Você está na F-1 tentando competir por alguma coisa, mas, ali, sabe que não está brigando com o cara mais rápido. Tem simplesmente que abrir para ele passar. Quando vêm seis carros para passar, você perde um absurdo de tempo, cerca de 8 segundos, porque às vezes até tem que ir pra grama para o outro passar.
Sente que, por ter terminado menos corridas que seu companheiro Karun Chandhok, o time trata você com alguma desconfiança?
A equipe sabe que não terminei em 90% das vezes por causa de quebra mecânica. Em termos de performance, estou melhor que meus companheiros. A única vez em que eu tomei pau mesmo foi na Malásia. Vindo da GP2 e estando havia quase um ano fora das categorias fórmula, senti que, da minha parte, houve falta de performance na corrida. Tomei pau do Karun, fiquei puto da vida e vi que precisava acordar.
Faltou treino, então.Piada isso, né? Sem treino não tem como saber o que esperar do carro, você fica sempre com um pé atrás, nunca está confiante de que fará tal coisa no carro e se ele vai corresponder.

Você diz que não comprou sua vaga na Hispania. Mas ter levado patrocínio para a equipe não seria “comprar uma vaga”? Você recebe salário?

Não, não estou recebendo salário. É uma coisa de interpretação, não adianta eu ficar me defendendo. Já falaram um monte de coisas mesmo. Como eu disse, é preciso tempo para provar as coisas.
O mundo da Fórmula 1 é muito desgastante?
Lá é o universo do relacionamento. A maioria dos pilotos que entram na F-1 está ali porque, antes, tinha alguém ali dentro. Nós entramos sem esse tipo de relacionamento, sem programa de pilotos, sem empresário que está lá dentro faz tempo. Talvez tenha sido até um pouco de ingenuidade imaginar que tudo aconteceria por mérito: conseguir um teste na F-1, ir bem no teste e seguir em frente. Não é tão simples.

A Entrevista Completa está na EDIÇÃO DE OUTUBRO Revista ESPN
por Vanessa Ruiz, da revista ESPN