Piloto vai com número 2G na Corrida do Milhão para lançar segunda
geração do etanol
SÃO PAULO - Foi muito
mais tranquilo que o esperado o contato inicial de Bruno Senna com o Stock Car
que pilotará na Corrida do Milhão neste domingo em Interlagos, prova que
complementará o calendário e apontará o campeão da 35ª temporada da categoria.
Diferentemente dos colegas oriundos da Fórmula 1 que sofreram com a
visibilidade reduzida no interior do carro, Bruno disse que a passagem pelo
Mundial de Endurance neste ano o está ajudando na adaptação a uma nova série.
"Dá para enxergar bem mais que o Aston Martin que dirigi em 2013. Até
mesmo a ventilação é melhor", elogiou, depois de percorrer apenas
duas voltas exploratórias pelo circuito paulistano na manhã desta quinta-feira.
Bruno chegou cedo ao autódromo e conversou com os técnicos da equipe Raízen para se familiarizar com os comandos do carro. O seu banco, no entanto, só seria concluído no fim da tarde, depois dos trabalhos de ajuste às suas medidas. Bruno usou pneus usados de pista molhada, embora o asfalto já estivesse seco em sua maior parte. Para quem imaginava que estranharia o modelo da principal série nacional, Bruno demonstrou uma surpreendente naturalidade que impressionou quem considerou o seu ritmo já bastante rápido. "Nem abusei muito dos freios. A verdade é que este é um carro de corrida. Estou apenas começando a me entender com ele, temos muito o que aprender antes de tirar todo o seu potencial, mas está tranquilo. Estou me divertindo e não vejo a hora de acelerar mais amanhã nos meus treinos exclusivos", afirmou.
A previsão da meteorologia deverá contribuir para a adaptação. A previsão é de tempo firme ao longo nos próximos três dias. Bruno esperava entrar na pista amanhã para as três horas de ensaios, a partir das 8 h, com os pequenos problemas que verificou durante o "shakedown" - o mau funcionamento do rádio e o posicionamento do volante - já solucionados. Embora visivelmente contente com a nova experiência, Bruno admite a prioridade na Corrida do Milhão será conhecer o máximo da Stock Car. "O nível aqui é muito elevado, há a disputa pelo título, e não quero interferir nessa briga", disse. Segundo ele, até mesmo uma nova leitura do traçado está sendo necessária. "Andei três vezes aqui de Fórmula 1 e uma de Endurance, mas sem a chicane da subida do Café. Ela é meio esquisita na entrada, parece que o carro vai sair de traseira", afirmou.
Bruno é o convidado especial da organização e correrá com o apoio da Raízen, empresa líder em energia renovável no Brasil, que vai usar a prova como lançamento do projeto do etanol de segunda geração. Por isso, numa iniciativa pioneira em toda longa história da Stock Car, Bruno está usando um número que reúne o numeral 2 e a letra G - 2G. "É uma ação para chamar para este projeto que produz um combustível eficiente de maneira ainda mais sustentável, que é chamado de segunda geração (2G) justamente por ser feito da palha e bagaço da cana-de-açúcar", diz Bruno.
Fonte: MF2 Serviços Jornalísticos
Foto: Miguel Costa Jr/MF2