Bruno Senna fala da agonia com o carro lento da Hispania em entrevista a Revista ESPN
"É a coisa mais frustrante do mundo", admitiu. "Quando vêm seis carros para passar, você perde um absurdo de tempo, cerca de oito segundos, porque às vezes até tem que ir pra grama", conta Bruno, que disse ter sido superado pelo ex-colega Karun Chandhok apenas uma vez em condições normais _sem quebras. E não gostou nada disso.
"Em termos de performance, estou melhor que meus companheiros. A única vez em que tomei pau mesmo foi na Malásia. Tomei pau do Karun, fiquei puto da vida e vi que precisava acordar", continua Bruno, que afirmou à revista não ganhar para correr. "Não estou recebendo salário. É uma coisa de interpretação, não adianta eu ficar me defendendo. Já falaram um monte de coisas mesmo. Como eu disse, é preciso tempo para provar as coisas."
Na entrevista, Bruno admitiu inocência ao acreditar que chegaria à F-1 pelo talento, e que o fato de ter começado a correr tarde foi um erro em sua carreira. "Talvez tenha sido até um pouco de ingenuidade imaginar que tudo aconteceria por mérito. Não é tão simples. Fui o único trouxa desses moleques que não treinou nada antes de começar a correr. Essa é uma das coisas que me fazem olhar para trás e pensar: 'que imbecil, podia ter treinado pra cacete e ter começado de uma forma bem melhor.'"
Sobre o fato de ser sobrinho de Ayrton Senna, Bruno relembrou uma história do início da carreira, na F-BMW inglesa, quando a imprensa local decidiu compará-lo ao tio na terceira rodada dupla de sua vida nas pistas, e admitiu não ler mais o que sai a seu respeito. "Vinham querer comparar o cara que estava na terceira corrida da vida dele com o tricampeão mundial Ayrton Senna no auge. Foi aí que desencanei de ler o que as pessoas tinham a dizer a meu respeito porque era só coisa destrutiva."
Por fim, o piloto de 27 anos afirmou ter o sonho de competir em uma equipe na F-1, mas não quis revelar: "Se fosse para ganhar o campeonato, seria o carro da Red Bull, mas isso não quer dizer que seja a equipe dos meus sonhos. Não falo porque é uma coisa de objetivo. Se conseguir chegar, será uma grande vitória, um dos melhores dias da minha vida. Não quero levar esse caminho a público."