Blog Sem Fins Lucrativos, somente com o intuito de divulgar a carreira do piloto Bruno Senna e o IAS. Carol Lo Re

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Entrevista de Bruno Senna à Revista Época



“Na pista, rezo para chover”

Prestes a estrear na Fórmula 1, o sobrinho do tricampeão Ayrton fala das semelhanças e das diferenças entre os dois em resposta aos leitores de ÉPOCA

Redação Época

Até agora, Bruno Senna tem feito das comparações com o tio Ayrton (1960-1994) mais um trunfo que um fardo. O sobrenome o ajudou a subir rapidamente os degraus sucessivos rumo à Fórmula 1, em categorias que despertam pouco interesse do público em geral. Mas é aos resultados dentro da pista, onde o histórico familiar não pilota, que Bruno deve o convite para estrear na F-1. Em sua estreia, no dia 14 de março de 2010, no Bahrein, na debutante escuderia Campos Meta, Bruno provavelmente contará com a boa vontade dos críticos; ele sabe, porém, que a comparação com o tio será inevitável, como mostra esta entrevista aos leitores de ÉPOCA – cuja íntegra está em epoca.com.br.

ENTREVISTA - Bruno Senna


QUEM É

Bruno Senna Lalli nasceu em São Paulo em 15 de outubro de 1983. É filho de Viviane, irmã de Ayrton Senna

O QUE FEZ

Começou a pilotar tarde, devido ao trauma familiar com o acidente fatal do tio. Em 2004, correu na Fórmula BMW; em 2005 e 2006, na Fórmula 3; em 2007 e 2008, na GP2, considerada “porta de entrada” para a Fórmula 1 (foi vice-campeão em 2008); e, em 2009, na Le Mans Series



Quais são as maiores semelhanças e diferenças entre você e o Ayrton?
José Henrique da Veiga, Goiânia, GO
Bruno Senna – Eu e o Ayrton somos pessoas diferentes em geral, mas temos algumas semelhanças na forma de trabalhar. Assim como ele, sempre tento ser perfeccionista e determinado em relação a minha carreira.

Hoje a F-1 é mais difícil ou mais fácil que no tempo em que seu tio foi tricampeão?
Raquel Gonzalez, Rio de Janeiro, RJ
Senna – Todo esporte muda constantemente durante sua história. Hoje em dia, os desafios que os pilotos e as equipes encontram são muito diferentes dos que eram encontrados na época do Ayrton. Por um lado, o esporte é mais seguro e confiável, mas, por outro, os carros são mais rápidos e exigem muito condicionamento mental para usar o máximo dos controles disponíveis. Não acredito que seja mais fácil ou mais difícil, mas sim que os desafios são diferentes.

Ayrton Senna se consagrou sob chuva. Você gosta de pilotar em pista molhada?
Wendell Rocha Costa, Martinópole, CE
Senna – Gosto bastante de andar na chuva. Em geral, se tenho algum problema na pista no seco, rezo para chover, porque aí as coisas vêm mais para meu lado – vide a segunda corrida de Silverstone na GP2 em 2008 (vencida por ele).

Qual é sua análise sobre o carro e a equipe Campos Meta até aqui?
Bruno Carvalho, Manaus, AM
Senna – Durante minha visita à Dallara (fabricante do chassi do carro), fiquei bastante confiante em relação ao estágio de desenvolvimento do carro. Acredito que teremos um carro confiável para 2010, mas acho improvável que estejamos na mesma situação da Brawn GP (equipe campeã da F-1 deste ano, em sua temporada de estreia). Os objetivos que traçamos para a primeira temporada são: ser a melhor das equipes estreantes e marcar pontos em todas as oportunidades. Tudo o mais será um bem-vindo bônus.

Bernie Ecclestone, o “chefão” da F-1, disse que seria interessante que Nelsinho Piquet conseguisse retornar em 2010, pois a categoria teria de volta a rivalidade Piquet x Senna. Qual é sua opinião?
Sílvio Almeida, Fortaleza, CE
Senna – Seria interessante para a F-1, mas as coisas só serão realmente interessantes se eu e o Nelsinho estivermos em carros competitivos, disputando vitórias e resultados. Nunca disputei uma corrida com o Nelsinho, e temos boa relação fora das pistas.

Você se lembra de algum conselho de seu tio Ayrton que segue até hoje?
Elton Vendrusco, Cosmópolis, SP
Senna – Com certeza o melhor deles foi: “Pé na tábua, moleque!”.


Fonte:Revista Época