Blog Sem Fins Lucrativos, somente com o intuito de divulgar a carreira do piloto Bruno Senna e o IAS. Carol Lo Re

terça-feira, 14 de julho de 2009

Coluna de Bruno Senna na Motorsport-Magazin.com

Em sua coluna na Revista Alemã, o piloto brasileiro comenta sobre suas férias, 24 Horas de Le Mans e revela seus planos para o futuro.

Em meu último contato com um carro de corrida tive uma grande experiência. Participei do Festival da Velocidade de Goodwood guiando o McLaren-Honda MP4/4, modelo com o qual meu tio Ayrton conquistou sem primeiro campeonato, em 1988. Isso significou muito para mim, fiquei emocionado em poder guiar um carro que foi tão relevante para a carreira dele.

A sensação de guiar um bólido equipado com um motor turbo é indescritível. Mas, infelizmente, ao sair para a minha segunda participação no sábado, após três voltas a caixa de câmbio quebrou, o que impediu Lewis Hamilton de guiá-lo no domingo. Pobre Lewis, ficou muito chateado, o que é perfeitamente compreensível, pois me sentiria igualmente frustrado caso ocorresse o inverso.

Participação na Le Mans Series, sem retorno à GP2

Como tirei a última semana de férias e fui para Miami, não pude assistir pela TV o Grande Prêmio da Alemanha ao vivo. Então, acompanhei as notícias pela Internet, mas sem as imagens da TV. Ainda assim, fiquei sabendo dos rumores que circularam em Nurburgring sobre meu possível retorno à GP2 pela iSport já na Hungria.

Não é verdade! De fato, tive uma proposta de retorno à GP2, porém estou convencido de que, não acrescentaria nada para o meu desenvolvimento. Aprendi muito nos dois anos de GP2, mas também já mostrei o meu potencial. Então, agora, penso que é o momento de eu avançar na minha carreira. Assim, optei por disputar toda a Le Mans Series com a Oreca, onde aprendo muitas coisas novas que poderão ser muito úteis, especialmente pelas novas regras da Fórmula 1 estabelecidas para 2010. Controlar o desgaste de pneus, fazer economia de combustível, enfim, serão elementos fundamentais na próxima temporada e a experiência no Endurance é muito importante por isso.

Conversas visando à Fórmula 1

Conversei com o Paul Jackson e talvez participe de um teste com a iSport, após o encerramento da temporada da GP2. Seria importante voltar a guiar um carro monoposto como preparação para um teste na Fórmula 1. No entanto, esse teste de GP2 provavelmente ocorrerá no final do outono ou inverno europeu.


Estive em Silverstone para acompanhar o Grande Prêmio da Inglaterra.
No entanto, naquele final de semana todas as atenções estavam voltadas para as questões políticas da Fórmula 1. E não mudou muito, pois o mercado de pilotos só será realmente movimentado enquanto as divergências entre equipes e FIA forem resolvidas. É claro que eu e o pessoal que administra minha carreira mantemos contato com algumas equipes de Fórmula 1, mas acredito que irá demorar um bocado até termos uma posição mais clara porque muitas questões políticas ainda estão pendentes.

Le Mans Series

Na primeira semana de Agosto participarei dos 1000 km do Algarve, pela Le Mans Series, em Portimão. Desta vez, meu parceiro de equipe não será o Stéphane Ortelli, mas sim o português Tiago Monteiro. O Presidente da Oreca, Hugues de Chaunac, disse me que desta vez poderei atacar novamente. Esse ponto foi um problema para mim nas 24 Horas de Le Mans. Tínhamos um objetivo claro: para não corrermos riscos, já que a prova era longa, não deveríamos forçar tudo, mas sim guiar em torno de 90 a 95%. E isso é algo que ainda é muito difícil para mim, para conseguir manter a concentração sem andar no limite. No meu primeiro turno, ainda durante a tarde, consegui ir muito bem, mas no meu trecho noturno escorreguei na terra e rodei...

Foi tudo muito rápido, especialmente, no escuro. Por não estar guiando no limite, provavlelmente em um momento de pequena desconcentração, pisei uma roda na grama e perdi o controle do carro. A batida rendeu alguns danos na parte traseira do carro.

Grandes Problemas

Eu fiquei realmente muito chateado com essa rodada, porque eu sabia que a poderia ter evitado. Fiquei cerca de trinta minutos nos boxes para os reparos no carro e entreguei o carro ao Tiago antes do programado, pois percebi que estava com dificuldades de concentração e não quis correr mais nenhum risco de acontecer outro acidente.

Até o meu próximo trecho de manhã, tinha um bom período para dormir e descansar. No entanto, nem cheguei a assumir o carro, pois Stephane Ortelli saiu da pista após tocar em um retardatário. Como as peças de reposição eram poucas, a equipe optou por preservá-las para eventual reposição no outro carro, que estava mais bem classificado na corrida.

Aprendizado

Muitas pessoas têm tentado me confortar dizendo que não fui o único a cometer um erro em Le Mans, mas isso não é um argumento para mim. Tal erro não poderia acontecer, eu cobro muito de mim mesmo. A decepção foi enorme, especialmente para toda a equipe, os caras que trabalharam tão duro. Mesmo para mim, foi terrivelmente triste. Era simplesmente uma oportunidade única, nesta corrida tão tradicional.

Felizmente, o segundo carro da equipe conquistou um ótimo 5º lugar. Foi certamente uma grande experiência educativa, no entanto, não gostaria de passar por ela de maneira tão amarga. Mas mesmo assim, devo enfrentar. Sim, sim, sei do erro do Ayrton quando liderava com muita folga o GP de Monaco de 1988, mas mesmo assim fiquei muito chateado... Agora eusó espero que tudo volte a funcionar em Portimão e que consiga ajudar a equipe a obter outro bom resultado.


*Texto original postado em alemão, traduzido com auxílio de um tradutor eletrônico. Logo, poderá conter algumas imperfeições. Para conferi-lo na versão original, acesse o site da MOTORSPORT-MAGAZIN.COM:

** Créditos das Fotos: Reinaldo Marques/ Terra; Mark Thompson/ Getty Images; Oreca Racing, respectivamente.