Blog Sem Fins Lucrativos, somente com o intuito de divulgar a carreira do piloto Bruno Senna e o IAS. Carol Lo Re

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Bruno Senna fala de F1 e futuro no automobilismo.

"Em maio, teremos uma posição mais firme para estabelecer metas de 2010", afirmou Bruno Senna em entrevista ao site TAZIO.

Bruno Senna era um jovem piloto de dez anos quando Ayrton, seu tio e um dos maiores nomes do automobilismo mundial, sofreu um acidente fatal em Ímola, em 1994.

Uma década depois, o menino, então com 20 anos, estreava na F-BMW, na Inglaterra. Neste meio tempo, viveu um longo hiato em sua carreira no automobilismo, reiniciada após uma conversa com sua mãe, Viviane.

De 2004 para cá, o brasileiro passou pela F-3 inglesa, onde teve como melhor resultado no campeonato o vice-campeonato, em 2006, e pela GP2. No ano passado, terminou a temporada da categoria de acesso à F-1 em segundo.

Com isso, seus resultados o transformaram no piloto mais cotado para integrar a equipe Honda na F-1 em 2009. Foi aí que, como em 1994, sua carreira sofreu outro revés: a montadora acabou saindo da categoria e Rubens Barrichello foi confirmado como dono do cockpit da nova equipe, a Brawn.

"Foi uma situação difícil", disse a Odinei Edson, do Tazio.

"As coisas pareciam correr bem, estávamos próximos, tínhamos uma boa relação com o pessoal, enfim, estava indo tudo realmente para um lado mais positivo em termos de eu entrar para a equipe neste ano."

"Mas existem coisas que estão fora do nosso controle, e o mais importante para mim é que nao foi por uma falha minha ou deficiência de performance que as coisas não saíram como a gente queria que saíssem."

Embora diga que está decepcionado, Senna admite que, diante do contexto, a decisão por Barrichello foi a mais lógica. Se fosse Nick Fry no cargo de chefe de equipe - e não Ross Brawn -, porém, Senna diz que existia uma possibilidade maior de entrar na equipe.

"Desde o ano passado o Nick Fry tinha na cabeça dele, junto com pessoal da Honda, que queria arriscar um pouco mais nesse sentido de piloto, queriam colocar um piloto diferente."

"E acho que o próprio Ross Brawn, se as coisas tivessem se resolvido mais cedo, não teria nenhum problema em me colocar no carro, mas dentro das condições foi uma decisão de segurança que ele fez."

Sobre sua relação com o piloto recordista em GPs disputados, Bruno garante que não houve nenhuma "bronca" entre os dois. Ao contrário: Rubinho chegou a ligar para a irmã do piloto.
"Achei muito legal dele. Pra mim não tinha nada pessoal, era uma disputa de posição em uma equipe. A gente não tem nenhum problema um com o outro".



O vice-campeão da GP2 enxerga de dois modos o conselho de Barrichello _na ocasião ele havia dito que não achava bom Bruno entrar na Honda. Primeiro, como realmente uma dica para que ele não entrasse em um beco sem saída; segundo, o interesse de ambos em correr na mesma equipe.

"Tem os dois lados, acho que o que ele falou foi absolutamente natural para quem está disputando coisa com outra pessoa. Duvido que ele tenha tido qualquer tipo de má intenção com o comentário que ele fez."

Com a indecisão na F-1, Bruno traçou outros objetivos para 2009. Correu, no começo deste mês, a primeira etapa da Le Mans Series, os 1.000 km da Catalunha, e ainda deve participar dos 1.000 km de Spa-Francorchamps, em maio, antes de partir para uma das provas mais tradicionais do automobilismo: as 24 Horas de Le Mans.

"A Le Mans Series é um projeto muito interessante. É como uma equipe de F-1: o time desenvolve as próprias partes, tem liberdade de movimento e o piloto é parte integral disso, então é como se fosse um programa de F-1 de desenvolvimento do carro. Isso vai me dar uma experiência incrível pra quando eu estiver em uma equipe da categoria."

"O que mais me surpreendeu foi a quantidade de ultrapassagem que você tem de fazer durante a corrida. É muito complicado você gerenciar o tráfego durante a corrida. A cada cinco, seis voltas parece que é a primeira volta de novo. Vão cinco carros para a primeira curva."


Mesmo parecendo estar seguindo um caminho diferente do que deseja, o piloto garante: as coisas não são como parecem.

" É um pouco difícil enxergar de fora o que está acontecendo, parece que eu acabei ficando de lado, mas não é bem assim. Estamos muito bem amarrados com os pilotos de F-1, só esperando as coisas se estabilizarem na categoria, ninguém sabe como vai ser o regulamento pro ano que vem. Acho que, assim que tudo isso se concretizar um pouco mais, a partir de maio, a gente vai ter uma posição mais firme para poder estabelecer as metas pro ano que vem."


De todos os seus contatos na categoria, Senna ressalta a proximidade com Bernie Ecclestone, que, segundo ele, acreditava mais do que ninguém que Bruno entraria na Honda. Mesmo correndo em outra categoria, os dois ainda mantém contato, e o chefão da F-1 aprovou o projeto da Le Mans Series. "A única preocupação que ele tinha era de eu não me amarrar com isso. Ele continua enxergando que eu tinha uma chance na F-1."


Por fim, Senna deixa um recado para as meninas. "Estou solteiro agora. É um pouco complicado namorar com toda essa indefinição que está minha vida."

Ouça:
http://tazio.uol.com.br/outros/textos/9655/
Fonte: TAZIO - UOL