Bruno Senna quer abandonar de vez a condição de torcedor. Na próxima temporada, o paulista de 24 anos pretende ter uma outra visão da corrida: de dentro do cockpit de alguma equipe. Mesmo novato, ele esnoba a possibilidade de começar como piloto de testes.
– A prioridade é ser titular. Piloto de testes faz muito pouco, não vale como experiência. São só quatro dias de trabalho no ano inteiro, não faz absolutamente nada. Ficar parado por tanto tempo não dá. Não é que desaprende a pilotar, mas perde o jeito de fazer as coisas – desdenhou Bruno. – Se Deus quiser esse será meu último ano como torcedor e o próximo, meu primeiro como competidor. Mas ainda não está confirmado. Estamos acabando de negociar.
O atual vice-campeão da GP2 – categoria de acesso à F 1 – passou esta terça-feira, em São Paulo, atendendo a vários jornalistas do mundo todo no Instituto Ayrton Senna, ao lado da mãe, Viviane, presidente da fundação. Apesar do assédio internacional, Bruno ainda não tem definição se irá mesmo ocupar um cockpit da F 1 já no próximo ano e em qual equipe. Opções, porém, restam apenas duas: Honda e Toro Rosso.
– As únicas vagas sólidas disponíveis de piloto oficial são essas. Estamos negociando. Nem o teste que eu faria na Honda está confirmado – disse o paulista, que pode seguir mais um ano na GP2.
Rubens Barrichello, que pode ser substituído na Honda pelo compatriota, declarou que não aconselha a ida de Bruno para a categoria. Segundo Rubinho, seria uma “queima de cartucho”.
Sem preocupação
O vice da GP2 tem um mau exemplo: Nelsinho Piquet. O filho do tricampeão mundial Nelson Piquet estreou este ano na Renault, não foi bem e tem recebido duras críticas pelo desempenho. Corre até o risco de perder o lugar na escuderia francesa. Bruno não se mostra preocupado.
– Todo piloto tem receio de as coisas não darem certo. Tem que saber lidar com pressão. Estou mais animado do que preocupado. Tenho boas chances de ir bem onde eu quero e preciso. Quero fazer o melhor trabalho que eu puder.
Renata Machado, Jornal do Brasil